“Nada pode nos impedir quando vemos carne fresca, nós... temos... fome...!"
Imagem meramente ilustrativa.
Quão incrível é a evolução, tanto no nosso pequeno planeta vermelho, quanto nas entranhas no universo vasto e desconhecido. Veja bem esse ser disfórmico e desengonçado caminhando pelas florestas ao sul da terceira lua de Yelnat. À primeira vista, parece ser apenas uma bolha orgânica sem função aparente, esperando apenas ser alvo de algum predador.
Na realidade, não se trata de apenas um indivíduo, mas sim de milhões de micro artrópodes aracnídeos da raça Alutyannwkoska Narattunpodics, comandados pelos feromônios de sua rainha, que na maior parte do tempo está protegida no centro da bolha. Conhecidos por sua fome voraz, as colônias de micro aracnídeos são predadores ferozes, e quando encontram sua presa, aproveitam tudo o que é possível de se aproveitar.
Já estamos acompanhando essa colônia específica há alguns ciclos lunares, e nos primeiros meses da nossa expedição, tivemos a oportunidade única de presenciar uma rara e não natural simbiose acontecer, quando a colônia encontrou pela primeira vez o corpo moribundo de um combatente Aracyano, do planeta Ômega III.
Entenda, esses artrópodes são conhecidos também por sua evolução social, além da capacidade incrível de construção e aglomeração, assim, milhares de indivíduos se unem agindo como um só ser, em prol da sobrevivência do conjunto. Por sua vez, os combatentes Aracyanos são famosos por seu melhoramento genético para batalhas, com alto desenvolvimento do intelecto e da mente, que pode continuar ativa por alguns ciclos lunares, mesmo como corpo inativo.
Nessa inusitada convergência, a mente preservada no córtex pré frontal do Araccyano falecido se espalha por milhares de novos indivíduos, especialmente de sua rainha, que preservou a maior parte de seu sistema cognitivo, enquanto a colônia de microartrópodes, ao absorver as células neurais do restante do sistema nervoso modificado do Aracyano, sofreu uma evolução sem precedentes.
Percebemos que muitas memórias afetivas do Aracyano foram perdidas no processo. Ele não sabia mais seu nome, sua origem, nem sua história, mas todos os seus treinamentos estavam preservados na mente coletiva de seu novo corpo. Colônia e Aracyano se tornaram agora um ser complementarmente novo, algo poderoso e único, pronto para escrever uma nova história pelo hiperespaço.
João Carlos
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