“Não se culpe, amigo. Alguns nasceram para brilhar, e outros... bem, outros apenas assistem.”
Imagem meramente ilustrativa.
Bom, começando pelo começo, eu era um garoto normal, vivendo uma vida de garoto normal, com uma família normal. Tudo mudou naquele acidente quando eu tinha uns 16 anos, perdi meus pais e meu irmão caçula só eu sobrevivi. Foi uma época pesada, sentimentos ruins surgiam à tona o tempo todo.
Como eu não tinha nenhum outro parente vivo, fui mandado pra morar com meu querido avô que eu nunca conheci porquê o velho tava brigado com minha mãe. Foi aí que mudei de beagá pra Nova Capital pra morar com o Seu Rogério, o coveiro chefe do cemitério Boa Esperança, e de início, a convivência não foi muito… agradável. Ele era bem rígido e fechado, não falava da sua vida, do passado e nem do porquê abandonou minha mãe. O velho era cheio dos segredinhos e só mais tarde eu fui descobrir tudo.
Férias na cidade grande, sem amigos e sem o que fazer, resolvi investigar a vida do velho, começando pelo sótão empoeirado. À primeira vista, não tinha nada de útil, só umas velharias guardadas pela nostalgia. Só que daí encontrei uma caixinha de madeira interessante: não tinha abertura e nem fechadura, mas tinha alguns entalhes e escritas que eu não compreendi de cara, com a exceção de uma palavra: LUMINOS.
Escutei um clique, algumas frestas começaram a surgir, emanando uma leve luz dourada por entre elas. Abri com cuidado e encontrei a fonte de tudo, um colar com pingente em forma de estrela brilhando um leve tom de dourado. Aquela luz me trouxe de volta sentimentos bons que não sentia há meses: alegria, paz e acima de tudo, esperança.
Era uma sensação tão boa que peguei o colar pra mim e passei a usar o tempo todo. Dormia, tomava banho e ia para a escola com aquele colar. E foi numa dessas que ele despertou em mim seus poderes: fui atropelado e jogado longe por um caminhão, mas levantei sem nenhum arranhão, com um invólucro de luz ao meu redor. Ao chegar em casa, peguei a caixinha para ver novamente e então comecei a entender aquelas frases: eram magias de luz. Comecei a estudar e treinar tais magias, aprendendo cada vez mais novas habilidades de como manipular a luz ao meu querer. Foi quando percebi que poderia fazer uso dessas novas habilidades para ajudar outras pessoas em Nova Capital.
Comecei com pequenas ações, até que aos poucos, fui ganhando notoriedade como herói na cidade. Foi daí que meu avô me confrontou, ele descobriu que eu era o herói Luminos por reconhecer as magias de luz, pois ele também já foi portador do colar. Então conversamos durante horas, ele me contou todo seu passado, como também usou o colar para ajudar as pessoas de sua época, e de todas as aventuras que se recordava, bem como contou que só abandonou minha mãe pois temia por sua vida, uma vez que inimigos do passado começaram a ressurgir em sua vida após abandonar a vida de herói. Apesar de ainda relutante com minha nova vida de herói, resolveu ajudar, dizendo “se é pra abraçar essa vida, você tem que aprender a não morrer”. Foi então que me apresentou seu antigo colega Granizo, com quem passei a treinar diariamente.
Não querendo me gabar, mas já me gabando, após 12 anos vivendo a vida de herói, já enfrentei assassinos profissionais, vampiros, demônios e até mesmo robôs gigantes, sem contar a vasta cartela de vilões que aparecem a cada dia. Assim, me tornei um dos maiores heróis da cidade, sendo chamado para fazer parte do Panteão, ou, como costumo dizer: os mais picas de NC. Também passei de aprendiz pra sócio do titio Granizo, mas não deixa ele escutar isso. Passamos a treinar a galerinha jovem da cidade, somos treinadores, professores e líderes dos Invencíveis, grupo dos mais promissores heróis de Nova Capital. Ah, no meu tempo livre atuo como professor de história no ensino médio, afinal, ser herói não paga conta de ninguém, a não ser de um certo grupinho de NC, hahaha.
João Carlos
Veja os defensores do Universo da Fábrica de Heróis