“O último refúgio do oprimido é a ironia, e nenhum tirano, por mais violento que seja, escapa a ela.”
Imagem meramente ilustrativa.
É engraçado, sabe, quando você perde um amigo mas você sabe que ele ainda está vivo...
Isso aconteceu há uns dois anos atrás quando conheci meu parceiro Hector Guedes, um detetive da polícia civil que possuía uma fantástica visão analítica e um incrível pensamento dedutivo que poderia resolver um caso com três ou quatro fatos ou 2 minutos de interrogatório. O departamento tem suspeitas de que ele seja um super-humano, mas foi constatado que ele era um humano normal, ele só era... extraordinário. Às vezes parecia que ele andava distraído ou nem prestava atenção quando falávamos com ele, mas ele sempre dizia que estava pensando em outra coisa. Era uma pessoa calma até, mas isso mudou quando ele descobre que sua esposa foi assassinada na rua, à luz do dia.
De acordo com os registros, ela estava voltando da padaria e atiraram nela, simples. não levaram dela nem a carteira, chaves de casa, o celular e nem a sacola com seis pães franceses e duzentas gramas de apresuntado. Foi tudo muito rápido. Não preciso dizer que isso deixou ele em ruínas e, claro, paranoico. Pelo pouco que sei sobre a esposa do Hector, ela era professora, ativista e liderava alguns movimentos sociais, sendo o mais conhecido o Sorriso Solidário, que levava Saúde, educação e alimentação para famílias carentes.
Depois do velório de sua esposa, ele não descansou até investigar a fundo sobre o que aconteceu e trazer justiça para sua esposa. Hector revia os depoimentos coletados pelos vizinhos, vídeos da padaria onde ela saiu, pistas sobre a cena do crime, passava noites sem dormir e dias sem comer... Até que seu superior o afastou do cargo pelo motivo de que era hora dele ter seu luto.
O que aconteceu depois disso? O óbvio: queima de arquivo. Na noite do afastamento dele, a casa do Hector pegou fogo. Vizinhos disseram ouvir tiros e, na manhã seguinte quando os bombeiros terminaram de apagar o fogo, um deles localizou um corpo queimado até os ossos e sem identificação. de acordo com os registros dos legistas, Era o corpo do Hector e ele foi classificado como morto, mas sabe o que é mais engraçado nessa história toda?
Uns dois meses quando a poeira baixou, começaram a surgir ligações de testemunhas dizendo terem encontrado corpos de traficantes a burgueses e empresários segurando pacotes contendo todos os podres que as vitimas fizeram: estupros, assassinatos, estelionatos, documentos de empresas de fachada, tortura, tráfico de drogas, de sangue, humano... isso tudo assinado com um emoji, cara. daqueles que os jovens usam hoje em dia. Mas tinha algo familiar naquele símbolo, então fiz meu dever de casa e identifiquei como a marca do Sorriso Solidário, aquele projeto social da esposa do Hector. Estava na minha sala quando descobri isso, e juro, foi a conta de um café, descobri também que o superior do detetive e o legista responsável pelo registro de óbito dele morreram do mesmo jeito, com os registros do assassinato da esposa do Hector.
Concluindo este relatório: Hector está vivo. Parece que ele cansou de buscar justiça depois de perder a esperança e a fé de que isso iria acabar com o seu luto... e parece que ele não vai parar.
Pedro GuedesReformulado para o jogo pela Equipe FH
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