“Impossível? Eu sei que nada é impossível no meu ramo de trabalho.”
Imagem meramente ilustrativa.
Eu não nasci com a magia no meu sangue, nem fui abençoada por alguma divindade e muito menos encontrei algum colar mágico que me deu poder de brilhar pelos céus da cidade. Eu precisei aprender magia do jeito mais difícil, anos de estudos dos antigos livros arcanos escritos pelos maiores magos da história. Se quiser entender como eu sei tanto sobre a magia e o sobrenatural, você precisa conhecer um pouco da história da minha família: a família Kadabra. Sim, em algum momento da sua vida já viu algum magicozinho invocar o nome da minha família antes de tirar um coelho da cartola, ou de revelar uma carta num truque barato que consegue enganar os mais distraídos.
O mais antigo antepassado da família Kadabra, foi Serenus Sammonicus, curandeiro pessoal do imperador romano Caracala, que indicou ao imperador nosso sobrenome inscrito num amuleto como proteção. Kadabra passou a ser usado oficialmente como sobrenome somente após 10 séculos, pela matriarca Joahanna Kadabra, que foi a primeira a instituir a magia arcana como profissão oficial da família. Foi assim que se tornou uma das famílias mais ricas do mundo, prestando serviços mágicos para governos ao redor do mundo.
Seus sete filhos se tornaram chefes de sete ramos distintos, mas interligados entre si: Alquimia, Mentalismo, Naturologia, Conjuração, Semiótica Arcana, Ocultismo e a mais importante de todas: o Círculo Aegidium, do qual faço parte. Os outros ramos nos invejam porque sabemos tudo que eles sabem e mais um pouco, e não nos limitamos apenas aos estudos acadêmicos, mas usamos o conhecimento para defender nossa realidade de ameaças não-naturais. Sim, é isso mesmo que pensou, resumindo, somos caçadores de monstros e demônios. Para cumprir com nossa missão, nosso ramo está espalhado por vários países, e por isso, os Kadabra vieram para o Brasil junto com a corte portuguesa em 1808.
Como já é de se imaginar, não tive uma educação comum como qualquer criança. Para se ter ideia, meu processo de alfabetização foi com o livro Encantamentos de Avalon, da Morgana Lefay - isso mesmo, meu nome é em homenagem à ela. Meu primeiro pet foi, Ted, um filhote de Urso-Coruja que meu pai conseguiu negociar no Tibet, mas precisou doar para os cryptozoologistas do ramo natureba da família porque ficou grande demais para o meu quarto. Minha graduação foi aos 15 anos, e tive como trabalho recuperar um antigo artefato egípcio que havia sido roubado por uma alcateia de lobisomens na Namíbia.
Para o desgosto de alguns primos, há três anos eu assumi o posto de guardiã da mansão Caelestes Protego em Nova Capital após a morte do seu último guardião, meu amado tio Félix Felizardo Kadabra, o sortudo. Pra quem pensa que ele morreu de forma misteriosa, mística ou através de algum ser paranormal, está errado, ele foi morto nas mãos de um vilão armado até os dentes com uma tecnologia militar roubada, e pra mim, isso é um fato inconcebível até hoje. Como pode uma tecnologia tão imatura superar séculos de estudo consolidado de magia da minha família?
Desde que assumi o posto de guardião, decidi aumentar minha cartela de caça, mesmo que significasse ir contra as regras do meu próprio ramo… decidi que também iria proteger essa cidade das ameaças humanas e ordinárias que tanto desprezamos nos últimos séculos.
Equipe FH
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