“Você não consegue me encarar sem se queimar, parceiro.”
Imagem meramente ilustrativa.
Pra te explicar como comecei minha vida de herói em Nova Capital, preciso contar um pouco antes de tudo isso acontecer, a começar pelos meus pais. Apesar de crescer em um berço de ouro, nunca me conformei com o fato de eu poder ter tudo, enquanto outros tinham tão pouco. Meu pai, CEO de um conglomerado farmacêutico, sempre deu prioridade para o trabalho, sendo o típico pai ausente brasileiro. Já minha mãe, apesar de ser sempre amável, também priorizava sua vida acadêmica como pesquisadora geneticista.
Eu tinha somente minha irmã gêmea na minha vida, mas isso só até minha mãe sair de casa e sumir de nossas vidas, quando entrei em depressão profunda e acabamos nos afastando, com ela fazendo amizades erradas no colégio.
Encontrei nos jogos e quadrinhos um refúgio, porque conseguia entrar em mundos e vidas que eram diferentes do que eu vivia, fantasias melhores que minha vida. Não importava muito com o que quer que pensassem de mim, e nem me importava mais em estar sozinho em um mundo cheio de pessoas.
O ponto de virada na minha vida foi quando descobri meus poderes. Estava saindo de uma ComicShop quando comecei a ser seguido por um grupo de assaltantes. Quando percebi a aproximação, comecei a correr e com medo entrei num beco sem saída, tentando me esconder, mas ainda assim me acharam lá. Começaram a me bater, e quando tentei revidar, uma bola de fogo saiu dos meus punhos. Não consegui bater em ninguém, mas ao menos assustei aqueles caras.
Eu estava extasiado, eu era como os heróis dos quadrinhos que lia, dos jogos que jogava. Eu tinha super-poderes como os famosos heróis de Nova Capital. E foi exatamente neles que me inspirei para fazer um bom uso dos meus poderes. Comecei a sair escondido de casa, com uma máscara improvisada no rosto, procurando por ação nas ruas da cidade, e adotei o alter ego de Punho de Fogo… sim, eu sei, hoje vejo que o nome é bem merda. Numa dessas madrugadas minha irmã me flagrou chegando em casa após uma noite de vigília, e precisei revelar o que aconteceu comigo.
Para minha surpresa, ela também havia descoberto seus poderes recentemente, mas estava assustada com suas novas habilidades. Após uma longa conversa, consegui convencer que sua supervelocidade não era uma maldição, mas um dom que deveria ser usado para ajudar outras pessoas. Foi assim que consegui minha primeira parceria heróica. Ela só insistiu que eu mudasse de nome de herói, e sugeriu algo mais forte: Solar.
Nessa época, eu estava investigando um grupo que vendia um composto sintético que concedia super poderes de forma temporária, e já estava com a suspeita de quem poderia estar por trás de tudo isso: nossa mãe. Ellen Cardoso era a mente brilhante por trás desse composto, parte da pesquisa de anos que ela fazia, mas que foi impedida de continuar de forma legal por questões éticas que não entendemos na época, mas fomos entender quando finalmente confrontamos ela.
Nunca foi novidade que ela e nosso pai tiveram dificuldade de engravidar, e que fizeram fertilização in vitro para que eu e Vic pudéssemos nascer. O que não sabíamos até então, era que ela aproveitou a oportunidade de fazer alterações genéticas nos embriões como parte de seu experimento. Mas não apenas isso, durante toda nossa infância, fomos submetidos a exames de sangue constante, que mais tarde deu luz ao composto que estávamos investigando. Eu fiquei tão irritado que não consegui mais me conter, gritei para que Vic corresse, e então explodi aquele galpão com minhas chamas.
Três dias depois nosso pai recebeu a ligação da Dra. Amanda, que estava nos convidando para entrar para uma espécie de escola para que pudéssemos treinar nossas habilidades. Como membros mais antigos do grupo, nossos atos passaram a chamar atenção do playboy mais conhecido da cidade, o Joule, que estava convidando os melhores dentre os melhores, para participar do time deles.
Erick PeixotoReformulado para o jogo pela Equipe FH
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