“Eu posso ser quem eu quiser, e eu não gostaria de ser você agora."
Imagem meramente ilustrativa.
Nascer em berço de ouro não poupou Leonardo Albieri de passar uma infância sofrida. Possuía uma doença de pele tão rara que nem mesmo seu avô, o geneticista Dr. Augusto Ferraz, conseguia descobrir a origem da sua condição, nem mesmo a cura, então foi obrigado a conviver com uma pele enrijecida que queimava e alterava de tons de verde claro e escuro de acordo com seus níveis de ansiedade. Na escola, foi preciso criar uma personalidade cativante para conseguir lidar com o bullying diário e ignorar os colegas que o chamavam de “Calango”.
Passou sua adolescência sendo submetido a diversos exames invasivos e viajou para vários países junto de seu avô, encontrando-se com os mais diversos especialistas que também não conseguiam desvendar os mistérios de sua doença. Quanto mais viajava, mais crises de ansiedade tinha, e mais sua doença evoluía. Seus olhos cresceram em seu rosto e podiam se mover independentes um do outro, estava mais atento ao que ocorria ao redor, e até mesmo sua língua estava mais elástica e viscosa.
Apesar de não obter nenhum sucesso de suas viagens com seu avô, voltou para o Brasil esperançoso, pois havia sido marcado por uma frase que escutou de uma médica marroquina: “abrace sua condição como um dom, um aprendizado, e não como uma doença como impõe seus familiares. Assim, você pode ser quem você quiser, não quem dizem que você é.”. Com essa nova perspectiva, Leonardo passou a ficar mais tempo de frente a espelhos, os quais evitava, olhando para seu rosto, admirando cada detalhe, cada marca esverdeada.
Em sua festa de 22 anos, resolveu comemorar numa boate no centro de Nova Capital com alguns amigos. Infelizmente, encontrou encrenca já na porta, pois alguns playboys bêbados diziam que não queriam uma aberração no mesmo lugar que eles. Alguns amigos se colocaram na frente do garoto, para defendê-lo, e a partir daí uma briga começou entre dois grupos. Leonardo nunca havia brigado na vida, e seu primeiro instinto foi fugir dos golpes, o que estava fazendo com muita habilidade. Quando percebeu, era o único que estava de pé dentre seus amigos, e ao mesmo tempo que viu cinco playboys indo em sua direção, escutou um de seus amigos gritar “corre, Léo!”.
Correu desesperado, tentando fugir dos rapazes, sentiu seu coração acelerar e a respiração ficar mais ofegante, sabia que estava tendo mais uma crise de ansiedade. Sentiu sua pele ferver e doer como não sentia há anos. Quando passou de frente a uma vitrine, não reconheceu de imediato que o rosto que via no reflexo era o mesmo do líder dos rapazes que o perseguia. Aquela nova imagem o fez exitar por tempo suficiente para ser alcançado e cercado, mas sequer sofreu um arranhão. Escutou um ronco de motor, e saltou da moto um motoqueiro com garras gigantes atacando os rapazes, e da garupa da moto uma ratazana de 1,50 metro finalizou o último deles. Chacal deu um sorriso medonho para o garoto, enquanto Ratazana estendeu a mão e disse “vem com a gente garoto, você é um dos nossos agora!”.
Equipe FH
Veja os defensores do Universo da Fábrica de Heróis