BLECAUTE

Fernanda Araujo

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Sobre

“Se continuar me irritando eu vou fritar seus miolos, cara!”

Imagem meramente ilustrativa.

Resumo

  • Nome: Fernanda Araujo
  • Poderes e Habilidades: Eletrocinese, corpo de energia, teletransporte a curtas distâncias.
  • Personalidade: Revoltada / Estressada / Debochada
  • Filiação:

Histórico

Tá bom! Tá bom! Eu conto. Mas presta atenção, eu não vou contar de novo, hein. Aff, detesto falar de mim. Lá vai: basicamente eu descobri meus poderes porque eu comi uma paçoca e é isso. Tá, tá, eu conto a versão longa. Bom, até onde me lembro, até que tive uma infância feliz, com pais ausentes que me mimaram o máximo que podiam, talvez para compensar a falta de tempo que tinham para a filhinha deles. Pra você ter ideia, eu gostava mais da babá - acho que era Marcela o nome dela - do que da minha mãe. Lembro que a Marcela era boa, mas muito distraída. Foi numa dessas que eu comi uma paçoca. Ah sim, já ia me esquecendo, eu sou, ou pelo menos era, alérgica a um monte de coisa, inclusive amendoim. Isso era pra ter contado antes… dããã.

Foi um desespero pra Marcela quando viu a pequena Fernandinha inchada igual aquela tia do Harry Potter - era tia? NÃO! Irmã do tio… isso! Ela me levou correndo para o hospital e lá começaram a medicar, mas então eu tive uma parada cardíaca e tiveram que usar aquele treco de choque comigo, sabe? Eu tava apagada na hora, mas o que me contaram é que a luz do hospital chegou a piscar quando usaram esse troço em mim. Olha, não sei se foi isso ou se já tinha alguma coisa dentro de mim antes disso, mas eu comecei a me sentir diferente desde então.

Eu senti a eletricidade correndo pelas paredes, e comecei a tomar pequenos choques de propósito. Parece papo de maconheiro, mas isso me dava uma onda muito boa. Só que com o tempo eu comecei a perder um pouco o controle da coisa, queimava os eletrônicos da minha casa só de tocar, e meu pai começou a reclamar que a conta de luz estava muito cara. Meus pais, vendo aquela situação, não pouparam nenhum centavo para tentar me “curar” - como se pudessem curar alguém pelo que ela é. A única coisa que eles conseguiram para me controlar por um tempo, foi me obrigar a usar um protótipo de coleira inibidora de poderes que meu querido papai conseguiu com um contato no exército.

Pensa numa garota de 12 anos sendo obrigada a usar um trambolho de coleira na escola. Isso mesmo, comecei a sofrer bullying de todo mundo, me chamavam de aberração e tudo mais. Era tanto estresse que um dia não me segurei e soquei o rosto de um garoto, na hora senti até umas faíscas saindo do meu punho. Confesso que foi tão satisfatório ver aquele tanto de olhares assustados para mim que eu vesti a camisa da brigona. Toda semana meus pais eram chamados na diretoria, e chegou no ponto da minha expulsão do colégio. Esse foi o dia que tudo mudou.

Chegando em casa começou uma briga muito feia entre eu e meus pais. Eles gritavam sobre como eu havia me tornado uma decepção para eles e como eu estava manchando a imagem da família com tudo que eu fazia, coisas que toda garota de 15 anos adora escutar, não é mesmo? Eu fiquei tão puta na hora, senti meu sangue fervendo, lembrando das chacotas no colégio. Na hora eu nem pensei direito, dei um soco energizado tão forte no meu pai que ele caiu para trás, assustado. A partir daí foi tudo muito rápido. A coleira no meu pescoço explodiu, e meu corpo começou a se transformar em energia pura. Eu só via a sala toda iluminada, mas eu imagino que essa transformação tenha sido bem dramática, sabe? Com uma música tensa, em câmera lenta, em tons de sépia, igual aquele diretor sempre faz.

Olhei para minhas mãos, era energia pura, e eu tava simplesmente APAVORADA, claro, daí escutei minha mãe chorando dizendo algo como “Vai embora, aberração”. O medo deu lugar à raiva e eu gritei CALA A BOCA! Na mesma hora eu teleportei para a cozinha, e depois para o meu quarto, e depois para o jardim. Eu me concentrei bastante até conseguir teleportar novamente. Não consegui ir direto onde queria, então fui com pequenos teleportes até conseguir chegar no parque de Nova Capital. Sem a eletricidade ao redor falando na minha mente, e ninguém gritando comigo, eu consegui colocar a cabeça no lugar e comecei a caminhar. Vi meu reflexo no lago, quem eu havia me tornado, e então não senti mais medo, mas sim… orgulho? Talvez. Foi quando escutei a voz da Rata, talvez a primeira mãe que eu tive de verdade, e ela me chamou pra fazer parte da família dela.

Autor

Hugo Henrique

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