Resumo

Histórico

- Bom, posso dizer que minha única ligação com ela foi no útero da nossa mãe, depois disso, prefiro manter distância mesmo. Dela e dos papos espiritualistas dela. Ela deve se sentir superior a mim só porque tem esse papo desconstruído de paz, amor, harmonia, coletividade e tal…

- Eu tenho que confessar, sabe? Toda aquela aura negativa dela me faz muito mal, me dá náuseas. Eu não consigo me manter perto com toda aquela raiva que ela sente o tempo todo. E eu tenho certeza que ela se acha melhor do que eu por ser tão… forte, independente e esperta …

- ... e me irrita ainda mais quando ela tenta explicar nossos poderes, e tal… Ela faz um sincretismo absurdo envolvendo yin-yang, chacras, esses papos esotéricos… até astrologia ela já meteu no meio, e eu sei a fonte dela, são as vozes na cabeça hahaha…

- … ela tenta me invalidar perguntando de qual artigo científico eu tirei bases para minha tese, como se tudo fosse explicado apenas pela ciência que ela tanto cultua, sabe? Só por causa do doutorado, ela sempre diz que é algo como: reestruturação e sobrecarga molecular quântica, somente palavras bonitas pra inflar ainda mais o ego…

- … e quando ela descobriu que tinha poderes então? hahaha… ela que sempre pagou se santinha, teve um ataque de raiva reprimida e destruiu um celular novinho que tinha ganhado do nosso pai só porque não era daquela marca da maçã, e tal…

- … eu tento entender. Ela guarda muito o choro dela, foi num desses momentos que ela descobriu os poderes dela. Eu confesso que foi um momento bonito e magico, ela chorou e o quadro da nossa mãe falecida se reconstruiu… se restaurou como uma memória temporal, sabe?

- … o pior de tudo é que além disso, nós temos também uma conexão telepática e tal… Se eu me esforçar um pouquinho, consigo ouvir ela falando de mim agora mesmo…

- … além da conexão telepática, temos uma conexão empática também, sabe? Conseguimos sentir o que a outra sente. Dor, raiva, solidão, na maioria das vezes é só isso que ela sente mesmo, e eu acabo sentindo o mesmo…

- … sim, você já percebeu que nosso relacionamento nunca foi dos melhores, a gente sempre brigou e tal, mas ao mesmo tempo, ninguém mais podia brigar com uma de nós duas…

- … é, pra gente sempre foi fácil proteger uma à outra do mundo. Por mais que a gente tivesse nossos desentendimentos, eu nunca deixei de me importar com ela, sabe?…

- … acho que foi até por isso que a gente decidiu nos tornar heroínas e tal. Teve uma vez que ela sentiu que eu estava em apuros a distância e veio me ajudar…

- … nesse dia ela precisou de mim, e não pude deixar pra lá, sabe?...

- … foi foda demais, ela destruiu a arma daquele assaltante, que tava apontada pra mim e tal…

- … depois ela reconstruiu a arma na mão dela e deu um tiro pra cima pra assustar aquele bandido, sabe?...

- … logo em seguida ela destruiu a arma de novo e tal, sabe como é esse pessoal anti-armas. Até que foi um dia massa entre a gente…

- … eu não me esqueço, foi o primeiro obrigada sincero que ela disse, e eu confesso que estava assustada com tudo aquilo, sabe? Mas no final das contas ela me acalmou, logo ela, que estava com arma mirada na cara dela…

- … eu disse que ia ficar tudo bem pra ela, e foi quando ela teve o estalo de usar nossos poderes para o bem e tal, até que esse papo de ajuda mútua não é tão furada assim…

- … e no final das contas eu vou ter de concordar, a mudança não vai acontecer se ficar só no campo das ideias, a gente tem que partir pra ação e fazer por conta própria também, sabe?

- … mas não importa o quanto nossos poderes conseguem conversar entre si e tal, a gente definitivamente não consegue ficar juntas sem brigar…

- … até por isso a doutora Amanda e o senhor Bruno precisaram conversar entre eles pra ver como funcionaria nossa dinâmica, sabe?

- … ela ficaria treinando com a Fabricadora no Força Heróica e tal …

- … e ela com o senhor Granizo, lá nos Invencíveis, sabe?...

- … talvez assim funcione melhor mesmo, e tal, até onde a gente sabe ela também tem suas rusgas…

- … e quem sabe a gente não aprende com eles a trabalhar melhor juntas apesar das diferenças, sabe?

Autor

Matheus Fiaux
Reformulado para o jogo pela Equipe FH