“Entre fazer o certo ou o errado, eu faço o que eu quero.”
Imagem meramente ilustrativa.
Vindo de uma família humilde da região do cerrado em Goiás, Augusto foi o sétimo filho da dona Mercedes e do seu Pedro. Antes dele, o casal havia tido outras seis crianças, todas meninas. O velho era apaixonado por futebol, tinha o sonho de ter um filho jogador, e por isso persistiu até que nascesse um menino, e conseguiu.
Tratado como um reizinho em uma casa cheia de mulheres, Augustinho, como o chamavam pela família, era mimado por todos os lados, o caçula, o protegido da mãe, o preferido do pai. E talvez por isso, com o passar dos anos ele foi se tornando uma criança cada vez mais inconsequente, que adorava aprontar. Sempre acompanhando o pai pelos botecos e bares da cidade, o garoto ainda novo se mostrava um prodígio dos jogos de cartas, principalmente no truco, onde ele geralmente vencia, nem sempre jogando limpo. Em suas jogatinas tirava bons trocados apostando com os velhotes frequentadores desses locais.
Após completar seu 13º aniversário, já era um adolescente problemático, que vez ou outra trazia problemas para os pais.
Numa noite de lua cheia, algo inusitado aconteceu. Tomado pela maldição do “sétimo filho”, o garoto começou a se transformar em uma besta horrível, seus cabelos cor de ferrugem tomaram seu corpo todo, garras e presas enormes surgiram. Meio homem meio lobo. Augusto saltou da janela de seu quarto correndo matagal adentro, sem entender o que acontecia. Parecia já não controlar mais suas ações. Seria aquilo uma espécie de pesadelo, ou algo do tipo?
Na manhã seguinte o rapaz acorda em seu quarto bastante confuso, ele percebe que estava sem as roupas, e suas mãos e pés sujos de barro, além disso estava exausto, como se não tivesse dormido nada.
Com o passar das semanas e meses seguintes, esses “pesadelos” começaram a se tornar cada vez mais recorrentes, e à medida que iam acontecendo com mais frequência, ele conseguia controlar cada vez mais suas ações. No vilarejo já haviam boatos de uma fera que perambulava pelas estradas e fazendas vandalizando tudo.
Mesmo com o clima no local tenso, o jovem licantropo parecia se divertir com relatos desesperados daquelas pobres pessoas. Ele já havia entendido que sua “condição” era a tal da maldição do sétimo filho que os antigos contavam. Mas no fundo ele não se importava com isso, até gostava na verdade, e tirava proveito da situação.
Porém certa vez, após uma noite agitada, na manhã seguinte um fazendeiro encontra o garoto praticamente nu, dormindo em um galinheiro ao lado de algumas carcaças de aves. Assustado e principalmente irritado, o fazendeiro amarra o garoto e o devolve a seus pais, ameaçando-os. Antes de ir embora ele avisa que caso algo acontecesse novamente, a comunidade estaria pronta para caçá-lo. Ele só não havia dado cabo no moleque ainda por respeito a sua família.
Desesperados, os pais de Augusto decidem despachar o moleque para morar com a avó em um lugar bem mais afastado, mas a coisa não deu certo por muito tempo.
Ele que havia vivido uma vida inteira fazendo o que queria, sem obedecer ninguém, não aguentou por muito tempo a monotonia daquele lugar, fugindo dali.
Os anos se passaram, e Augusto se virou bem em sua jornada. Entre suas milhares de “profissões”, chegou a ser bicheiro, agiota, segurança de boate, capanga de criminosos, dono de bar, e atualmente vendedor de produtos piratas e taxista, profissão que ele mantém para estar por dentro das coisas que acontecem em NC, cidade onde reside atualmente.
Hoje ele que é conhecido como o “Guará” controla sua transformação em lobisomem quase que por completo, claro que vez ou outra seu lado fera acaba tomando conta, mas no fundo ele não se importa.
Recentemente Guará foi atacado por alguma coisa que literalmente sugava sua energia vital, por sorte, o trambiqueiro era perito em sair de situações dificeis e conseguiu escapar com vida.
Coincidentemente pouco tempo depois, o lobisomem acabou se esbarrando com um antigo colega, o Boizebu. Inclusive, os dois já haviam feito alguns serviços juntos no passado.
Augusto conta para Ruberval o que havia acontecido com ele dias atrás, e Ruberval por sua vez, o convida a fazer parte de um “grupo especial” formado exatamente para barrar esta ameaça misteriosa.
Apesar de preferir agir como um “lobo solitário”, o fato de ter sido caçado foi fundamental para Guará se juntar ao grupo formado por outros seres lendários. Afinal, agora eles tinham um inimigo em comum e sabia que com outros a seu lado suas chances de sair vivo dessa e vencer a tal criatura seriam maiores.
Equipe FH
Veja os defensores do Universo da Fábrica de Heróis